domingo, 24 de agosto de 2014

Jornada Geológica - A Grande Fenda Africana - NATGEO

RIFT VALLEY

O vale do Rift ou grande vale do Rift é um complexo de falhas tectónicas criado há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectónicas africana e arábica. Esta estrutura estende-se no sentido norte-sul por cerca de 5000 km, desde o norte da Síria até ao centro de Moçambique, com uma largura que varia entre 30 e 100 km e, em profundidade de algumas centenas a milhares de metros.


A secção norte forma o vale do rio Jordão, que corre para sul através do mar da Galileia até ao mar Morto. O Vale do Rift continua para sul, através do Wadi Arabah, golfo de Aqaba e mar Vermelho. Na desembocadura sul do mar Vermelho, o Rift tem uma bifurcação, formando o Triângulo de Afar (a rosa mais escuro no mapa abaixo): o golfo de Aden, para leste, corresponde à divisão entre a península da Arábia e África e continua como parte da cordilheira Central do oceano Índico; o outro ramo segue para sudoeste através do Djibouti, para fomar o vale do Rift Oriental, que abrange a Etiópia, o Quénia, a Tanzânia, o lago Niassa e o rio Chire, terminando no Zambeze.



Na Tanzânia, pouco a norte do lago Niassa, o vale divide-se mais uma vez, com um ramo que segue para noroeste e depois para norte, formando o lago Tanganyika, que faz a fronteira entre a República Democrática do Congo, a Tanzânia e o Burundi, a seguir lago Kivu, que separa o Ruanda do Congo, os lagos Eduardo e lago Alberto, com uma das nascentes do rio Nilo, que o separam do Uganda e que é chamado Rift Ocidental ou Albertino, onde se encontra a maioria dos grandes lagos Africano, já mencionados. O lago Vitória encontra-se entre os dois ramos do vale do Rift.

Fonte: www.pt.wikipedia.org. Acesso em 24/08/2014

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS MARINHAS APLICADAS AO ENSINO - PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O litoral brasileiro possui extensão de aproximadamente 8.500 km e é constituído por ecossistemas diversos como mata atlântica, dunas, recifes de coral, manguezais, estuários, entre outros. Estes ecossistemas são fontes de recursos naturais, minerais e energéticos, além de serem responsáveis por processos ecológicos de relevante importância socioambiental, como por exemplo, a ciclagem de nutrientes, proteção e estabilização das áreas costeiras, regulação climática, sequestro de carbono; porém estes são frágeis e extremamente vulneráveis à pressão antrópica. Mais de um quarto da população brasileira vive nas áreas costeiras, cerca de 51 milhões de habitantes (IBGE, 2011), exercendo atividades econômicas ligadas direta ou indiretamente ao mar, como: turismo, pesca, aquicultura, atividades portuárias e exploração petrolífera. Além disso, mais da metade da população brasileira vive a menos de 200km da costa (IBAMA, 2002), mantendo uma relação direta com este ambiente. As atividades econômicas costeiras foram já responsáveis por cerca de 70% do PIB nacional (IBAMA, 2002); cerca de 95% de todo o comércio exterior brasileiro é viabilizado pela via marítima (ANTAQ, 2011); 94% da reserva total de petróleo nacional e 84 % do gás natural se encontram em reservatórios marítimos (ANP, 2011). Estes dados enfatizam a importância econômica do ambiente marinho. É inegável a íntima relação dos catarinenses com o mar. O Estado de Santa Catarina possui um litoral com 531 km de extensão com intensa atividade econômica ligada ao ambiente marinho, como a atividade pesqueira, portuária e aquícola. Estas atividades fazem com que a população litorânea e do seu entorno esteja em contato diário com este ambiente. O estado catarinense é grande produtor nacional na maricultura, sendo responsável por 95% da produção de moluscos no país (IBAMA, 2007). Também se destaca no cenário da pesca extrativista, em 2011 foi responsável por cerca de 22% da produção nacional, com cerca de 121.960 toneladas de pescado (MPA, 2012). O estado possui 4 portos, sendo o porto de Itajaí o segundo do Brasil em movimento de contêineres (Santa Catarina, Brasil, 2013). Ainda, o turismo da região é fortemente impulsionado pelas belas paisagens costeiras. Apesar da íntima relação dos brasileiros com os ecossistemas marinhos, a população desconhece muitas questões relacionadas a este ambiente. Em 1997, os brasileiros, quando questionados sobre a importância do mar, visualizaram-o basicamente como fonte de pescado (32%) e de divertimento (17%), desconhecendo sua importância socioeconômica e ambiental (Serafim, 2006), sendo que apenas 7% consideraram o mar importante como fonte energética (petróleo) e 11 % como meio de transporte (CEMBRA, 2012). Esta mesma pesquisa foi repetida em 2011 e os dados demostraram que o conhecimento marítimo brasileiro melhorou em alguns itens, porém, os brasileiros continuam visualizando o mar basicamente como fonte de pescado (67%) e lazer (39%). Apenas 26% reconhecem a importância do mar como fonte de petróleo e 11% como meio de transporte. Ainda, poucos tem conhecimento acerca da regulamentação sobre o mar (CEMBRA, 2012). Assim, apesar da relativa melhora no conhecimento marítimo brasileiro, ambas pesquisas ressaltam a necessidade de desenvolvimento de conhecimentos em áreas ligadas ao mar, ou seja, a formação de uma mentalidade marítima brasileira. Uma das formas mais eficientes de conscientização da população e a consequente transformação ambiental, econômica e social consiste na atuação direta na função social da escola e na formação de professores, já que estes atuam como multiplicadores do conhecimento, agentes de mudanças e construtores de opiniões. Entretanto, os currículos dos professores de ensino básico, de modo geral, não abordam conteúdos sobre os ecossistemas marinhos, principalmente naqueles cursos não ligados às ciências naturais e desta forma os professores desconhecem grande parte da realidade e conhecimento dos seus alunos que vivem em contato diário com o mar. Paulo Freire, em seu livro pedagogia da autonomia, ressalta a importância da formação de professores conscientes do dia a dia dos educandos:

““....Como ensinar, como formar sem estar aberto ao contorno geográfico, social, dos educandos?” A formação dos professores e das professoras devia insistir na constituição deste saber necessário e que me faz certo desta coisa óbvia, que é a importância inegável que tem sobre nós o contorno ecológico, social e econômico em que vivemos. E ao saber teórico desta influência teríamos que juntar o saber teórico-prático da realidade concreta em que os professores trabalham,...” (Freire, 1996)

Para o desenvolvimento da mentalidade marítima dentro da sala de aula é necessária a atuação dos professores de forma interdisciplinar, já que envolve conhecimentos das mais diversas áreas. Considerando-se os Parâmetros Curriculares Nacionais, o meio ambiente deve ser ministrado de forma transversal, sendo que os temas transversais tratam-se de

“.... processos que estão sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. São debatidos em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e de alternativas, confrontando posicionamentos diversos tanto em relação à intervenção no âmbito social mais amplo quanto à atuação pessoal. São questões urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que está sendo construída e que demandam transformações macrossociais e também de atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem de conteúdos relativos a essas duas dimensões.” (Brasil, 1998)

Apesar da educação ambiental ser assegurada pela constituição federal no artigo 225 e ser contemplada como tema transversal necessitando ser trabalhada no dia a dia escolar, grande parte das vezes este tema não é desenvolvido na escola, e, quando trabalhado, é apenas abrangido nas disciplinas de Ciências e/ou Biologia ou em eventos especiais. Segundo Bernardes e Pietro (2010), a falta de abordagem deste tema em sala de aula advêm de diversas dificuldades, dentre elas, a falta de familiaridade e capacitação dos professores das diversas disciplinas sobre os temas a serem trabalhados. Em 2004, o Ministério do Meio Ambiente reconheceu a importância da intensificação dos esforços para a efetivação da educação ambiental para os ecossistemas costeiros e oceânicos e ressaltou a dificuldade de abordagem atual, segundo este relatório são necessárias “… ações mais sistemáticas de educação ambiental (setor em que as iniciativas são muito pontuais e desarticuladas).” A educação ambiental também foi elencada como meta para que a sustentabilidade do meio ambiente brasileiro seja alcançada, segundo o relatório do IBAMA, Geo-Brasil (2002) é necessário “Melhorar e fortalecer a incorporação da dimensão ambiental na educação formal e informal, na economia e na sociedade.”. Medina (1998 apud Medina 2001) acentua a relevância do tema para o desenvolvimento socioambiental do país:

”A Educação Ambiental como processo que “ consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a adequada utilização dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado. A Educação Ambiental visa à construção de relações sociais, econômicas e culturais capazes de respeitar e incorporar as diferenças (minorias étnicas, populações tradicionais), à perspectiva da mulher e à liberdade para decidir caminhos alternativos de desenvolvimento sustentável, respeitando os limites dos ecossistemas, substrato de nossa própria possibilidade de sobrevivência como espécie.””

Dentre as diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE), decênio 2011-2020, estão a melhoria da qualidade de ensino; a promoção da sustentabilidade socioambiental; a promoção humanística, científica e tecnológica do País e a valorização dos profissionais da educação, sendo uma das metas do plano formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós graduação. Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia são regidos pela Lei 11.892/2008. Nesta lei, seção III, está disposto que, dentre os demais objetivos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia dois são ministrar: “cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, com vistas na formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação profissional;” e, “cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do conhecimento;” Segundo o artigo 8° desta mesma lei, os institutos devem garantir 20% de suas vagas para o primeiro objetivo. Ressalta-se que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina tem como missão “Desenvolver e difundir conhecimento científico e tecnológico, formando indivíduos capacitados para o exercício da cidadania e da profissão.” Todos estes fatores enfatizam a consonância entre os objetivos institucionais e a proposta do curso de especialização lato sensu em Ciências do Mar Aplicadas ao Ensino. Desta forma, tendo em vista a missão dos institutos federais, a íntima ligação da população do estado de Santa Catarina ao mar, a importância socioambiental e econômica dos ecossistemas marinhos, a falta de abordagem deste conteúdo nas salas de aula, o desconhecimento da população brasileira sobre o tema, faz-se essencial suprir esta lacuna na formação docente para que haja o desenvolvimento da mentalidade marítima da população brasileira. Neste contexto, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – Câmpus Itajaí propõe a criação do curso de Pós Graduação Lato Sensu em Ciências Marinhas Aplicadas ao Ensino.

FONTE: IFSC