segunda-feira, 31 de julho de 2017

IBGE aponta que Brasil é mais rural que imaginado e propõe nova classificação

De olho na divulgação do Censo Demográfico 2020, o IBGE está propondo uma nova tipologia para a caracterização dos espaços urbanos e rurais. Por essa metodologia, a população urbana do Brasil passa de 84,4% para 76%.
Densidade demográfica, localização em relação aos principais centros urbanos e tamanho da população são os critérios fundamentais da metodologia, que ainda está em debate. Assim, a partir do cruzamento dessas variáveis, os municípios se classificariam em cinco tipos: urbano, intermediário adjacente, intermediário remoto, rural adjacente e rural remoto.

Pela nova proposta, apresentada no estudo Classificação e caracterização dos espaços rurais e urbanos do Brasil: uma primeira aproximação, 76% da população brasileira se encontram em áreas predominantemente urbanas, que correspondem somente a 26% do total de municípios. Por outro lado, a maior parte dos municípios (60,4%) foram classificados como predominantemente rurais, reunindo, no entanto, apenas 17% da população.

Por esta tipologia, a região Norte destaca-se pelo elevado percentual de municípios rurais (65,0%), apesar de 66,3% de sua população viver em municípios urbanos. Já o Nordeste é a região que possui a menor porcentagem de pessoas (59,3%) em municípios urbanos, com quase 1/3 (29,5%) da população vivendo em 1.236 municípios rurais (68,9%).

O Sudeste, região mais dinâmica economicamente, mostrou as maiores porcentagens de municípios urbanos (37,5%) e população vivendo em municípios urbanos (87%). A região Sul tem as menores proporções de municípios intermediários remotos (0,02%) e rurais remotos (0,03%), o que mostra a grande proximidade física entre as sedes municipais.

O Centro-Oeste, por sua vez, se mostrou uma região de grandes contrastes, sendo, mesmo tempo, a região com a segunda maior população em municípios urbanos (79,8%) e em municípios remotos, intermediários e rurais (2,3% e 4,0%, respectivamente).

Nova classificação vai aprimorar resultados do Censo 2020

Pelos critérios atuais, o espaço urbano é determinado por lei municipal, sendo o rural definido por exclusão à área urbana. Nesta classificação, o Brasil tem, de acordo com o Censo 2010, 84,4% da população vivendo em áreas urbanas e 15,6%, em zonas rurais.

O coordenador de Geografia do IBGE, Claudio Stenner, enfatiza, no entanto, que nova metodologia não vai substituir a utilizada atualmente: “O IBGE vai continuar divulgando a delimitação legal de urbano e rural. O objetivo é que no Censo 2020 se tenha mais de um tipo de classificação, oferecendo um dado melhor qualificado em termos de recortes territoriais e uma informação estatística mais aderente à realidade, para subsidiar políticas públicas e planejamento em geral”.

Ele ressalta, ainda, a importância da participação da sociedade e de outras instituições para que o estudo tenha desdobramentos concretos para o Censo 2020: “Temos que ter esse debate com a sociedade, é um tema tão relevante, tão fundamental, que não podemos lançar um documento sem promover o diálogo. A partir do ano que vem, pretendemos nos reunir com alguns ministérios para avançar e formalizar esse debate com o Estado brasileiro”, conclui.

Texto: Irene Gomes e Pedro Renaux

Disponível em:  http://suburbanodigital.blogspot.com.br/2017/07/ibge-aponta-que-brasil-e-mais-rural-que-imaginado-e-propoe-nova-classificacao.html?m=1. Acesso em 31/07/2017

O que difere agricultura familiar, orgânica e agroecológica?

A ONU declarou 2014 como o “Ano Internacional da Agricultura Familiar”. Para debater o assunto, o Canal Futura entrevistou Maria Emília Pacheco, presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Ela, que integra a FASE, apresentou visões sobre o que é agricultura familiar, produção orgânica e agroecologia.

Durante o programa, exibido na TV em agosto, Maria Emília explica que a agroecologia é uma ciência, um movimento social e também suas práticas. Ela possui dimensões tecnológicas, sociais, políticas e econômicas. Além de não usar venenos, vai além: realiza o manejo sustentável, valoriza as sementes tradicionais e cultiva alimentos em harmonia com a natureza e a cultura local.

Já sobre a produção orgânica, Maria Emília disse ser a que não faz uso de agrotóxicos, porém não necessariamente engloba a diversidade, um princípio chave da agroecologia. Por último, ela destacou que “a agricultura familiar é o sujeito dessa história”.  É por meio dela que já se desenvolve a agroecologia ou se está buscando uma transição do modelo de agricultura tradicional para um alternativo.



Disponível em: https://fase.org.br/pt/informe-se/noticias/o-que-difere-agricultura-familiar-agroecologica-e-organica/. Acesso em 31/07/2017